27/10/2025

O impacto oculto dos chamados sem resposta na produtividade da TI

Por Luciano Costa, cofundador da Setrion e da Milldesk Help Desk Software

Chamados de TI sem resposta não são apenas pequenos atrasos no cotidiano corporativo. Cada solicitação ignorada pode travar tarefas simples, atrasar projetos estratégicos e obrigar equipes a recorrer a soluções improvisadas que fogem ao controle da área de tecnologia. O resultado é um “prejuízo invisível”: perda de produtividade e custos internos que não aparecem nos relatórios financeiros, mas corroem a eficiência das empresas.

Imagine um funcionário esperando liberação de acesso a um sistema: enquanto o chamado permanece na fila, esse colaborador não consegue cumprir suas tarefas, o que por sua vez atrasa entregas da equipe e do projeto associado. Em muitos casos, colegas tentam contornar o problema, assumindo trabalhos extras ou encontrando “gambiarras tecnológicas” para seguir em frente. Esse improviso pode resolver pontualmente, mas cria novos problemas – desde processos desalinhados até riscos de segurança.

Sem um suporte responsivo, as equipes também ficam mais propensas a interromper fluxos de trabalho e perder o foco. Pequenas falhas técnicas, como um computador travado, uma impressora offline, um software que precisa de atualização, entre outros casos corriqueiros, tornam-se gargalos quando não recebem atenção rápida do TI.

Assim, o downtime deixa de ser um evento raro e crítico e se transforma em vários microatrativos diários que somados consomem uma fatia importante da produtividade da empresa. O resultado é uma espiral: quanto mais os chamados se acumulam, mais tempo se perde em tarefas atrasadas, esclarecimentos e retrabalho – um custo operacional oculto que cresce silenciosamente.

Queda de produtividade

Uma pesquisa global da Unisys e HFS Research mostrou que quase metade (49%) dos funcionários estima perder entre 1 e 5 horas de trabalho por semana lidando com problemas de TI, como falhas em equipamentos ou sistemas indisponíveis. No contexto brasileiro, os números são igualmente altos. Segundo o estudo “O Novo Mundo do Trabalho” conduzido pela Edelman, a pedido da ServiceNow, os profissionais no Brasil afirmam dedicar 48% de seu tempo de trabalho a tarefas operacionais que poderiam ser automatizadas – incluindo resolver problemas de TI ou de conexão. Em média, isso equivale a 7 horas semanais perdidas com atividades de baixo valor que poderiam ser evitadas ou aceleradas por soluções digitais.

Além disso, a mesma pesquisa da Unisys revelou 42% das empresas admitem que nem sequer medem a perda de produtividade causada por problemas de TI. Ou seja, quase metade das organizações não possui visibilidade do tempo útil que escoa pelos “ralos” do suporte ineficaz.

O peso financeiro do suporte reativo

Ainda que difíceis de ver no dia a dia, pesquisas tentam estimar esses custos ocultos. Um levantamento recente sobre operações de TI no Brasil revelou que empresas com postura reativa em suporte gastam em média R$ 2.847 por chamado resolvido quando se contabiliza todo o tempo de diagnóstico, mão de obra especializada, impacto nos negócios e retrabalho envolvidos.

Para estancar esse prejuízo invisível, as empresas precisam adotar melhores práticas de atendimento interno, a começar pela definição de um SLA interno sólido. Um Service Level Agreement interno nada mais é do que um acordo claro entre o departamento de TI e as áreas de negócio, estabelecendo prazos de resposta e resolução para diferentes tipos de chamados e níveis de urgência.

Além disso, sistemas modernos oferecem automação e autoatendimento, sugerindo soluções ao colaborador já na abertura do chamado e liberando a equipe de suporte para questões mais complexas.

Em última análise, investir em suporte de TI ágil e eficiente não é “custo”, e sim economia. Significa recuperar horas de trabalho produtivas, cumprir prazos com mais consistência e evitar gastos emergenciais ou redundantes. Significa também um ambiente de trabalho menos estressante, onde a tecnologia impulsiona – em vez de atrapalhar – a produtividade. Os custos internos podem até ser invisíveis nas planilhas, mas seus efeitos no negócio são bem reais. Com as ferramentas certas, esse prejuízo invisível pode ser contido, transformando a TI de gargalo oculto em aliada estratégica da performance organizacional.

Sobre a Setrion

Fundada em 2005, a Setrion Software é uma empresa catarinense especializada no desenvolvimento de soluções SaaS para atendimento ao cliente, help desk e gestão de workflows empresariais. Seu principal produto, Milldesk, é uma plataforma 100% nacional reconhecida pelo mercado por sua eficiência, inovação e aderência às melhores práticas ITIL.

Atendendo mais de 600 clientes no Brasil e América Latina, em segmentos variados como manufatura, farmacêutico, saúde, governo, tecnologia, serviços financeiros e educação, o Milldesk auxilia mais de 80 mil usuários mensais a otimizarem processos internos, gerenciando cerca de 1,6 milhão de notificações e mais de 125 mil solicitações a cada mês. Reconhecida nacionalmente pela excelência técnica e foco no cliente, a Setrion Software segue comprometida com o crescimento e inovação no mercado de tecnologia brasileiro.


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